Mãe e filha. Que relação complicada, essa! Amor, carinho, compreensão e, claro, muitas, muitas brigas. Brigas importantes, brigas bobas, brigas engraçadas, brigas memoráveis. Só variam conforme a idade. Boletim, namorados, arrumação do quarto, legumes, viagens, festas, hora de chegar das festas... tudo é motivo para essas pelejas domésticas. Para Angela Cristina, elas são apenas carinho e preocupação. Para Maria de Lourdes, são chateação materna mesmo. Na primeira metade do livro, os textos mostram o ponto de vista da mãe. Mas depois do primeiro beijo, aos 12 anos, é Maria de Lourdes (ou Malu, como ela prefere) quem assume a narrativa.
Fala sério, mãe! é uma coletânea de crônicas bem-humoradas do cotidiano dessas duas personagens, que pode ser lida aleatoriamente ou como um romance em pílulas, em ordem cronológica, da barriga aos 21 anos.
Orelha
— Maria de LOURDES
, não me diga que essa coisa reluzente na sua barriga é o que eu estou pensando.
— Piercing, mãe, mãe, piercing. Pronto, estão apresentados. Está reluzindo, é? Maneiríssimo!
— Meu Deus do céu, Maria de Lourdes, você mutilou o seu corpo por livre e espontânea vontade? Você ficou maluca? Onde foi que eu errei?
— Ih, lá vem você com o seu showzinho. Fique sabendo que lá no colégio, 83,7% das meninas usam piercing, tá?
— Eu não estou interessada nas meninas do colégio, Maria de Lourdes. Eu não sou mãe das meninas do colégio. Por que você botou esse piercing?
— Para minha barriga ficar irada na capa do livro.
— Que livro, Maria de Lourdes?
— Este livro, ué, que conta nossas brigas, nossa história... Esse nosso diálogo, por exemplo, vai para a orelha do livro. Até na orelha do livro a gente aparece, mãe! Chiquésimas!
— Maria de Lourdes, do que você está falando? Deixe de sandice e vá estudar, menina!
— Ah! Fala sério, mãe! Você está sempre por fora da realidade. Sem noção!
— Olha o respeito! Já para o quarto, Maria de Lourdes!
— Malu, mãe! Malu!
— Piercing, mãe, mãe, piercing. Pronto, estão apresentados. Está reluzindo, é? Maneiríssimo!
— Meu Deus do céu, Maria de Lourdes, você mutilou o seu corpo por livre e espontânea vontade? Você ficou maluca? Onde foi que eu errei?
— Ih, lá vem você com o seu showzinho. Fique sabendo que lá no colégio, 83,7% das meninas usam piercing, tá?
— Eu não estou interessada nas meninas do colégio, Maria de Lourdes. Eu não sou mãe das meninas do colégio. Por que você botou esse piercing?
— Para minha barriga ficar irada na capa do livro.
— Que livro, Maria de Lourdes?
— Este livro, ué, que conta nossas brigas, nossa história... Esse nosso diálogo, por exemplo, vai para a orelha do livro. Até na orelha do livro a gente aparece, mãe! Chiquésimas!
— Maria de Lourdes, do que você está falando? Deixe de sandice e vá estudar, menina!
— Ah! Fala sério, mãe! Você está sempre por fora da realidade. Sem noção!
— Olha o respeito! Já para o quarto, Maria de Lourdes!
— Malu, mãe! Malu!
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